A letter from Oct 11th, 2021

Uberlândia, 11 de outubro de 2021. Querida Vitória de (quase) 22 anos,               Inicio esta carta apresentando minhas perspectivas atuais, lembranças do passado pra você que está no meu futuro. Estou no 1° período da faculdade de direito, na Una Uberlândia, turno manhã. Faço parte do projeto de extensão sobre adoção nas noites das quartas-feiras, e aulas de inglês no IFTM nas noites de terça e quinta. Meus hobbies atuais incluem assistir muitos doramas, ouvir BTS sempre que possível, ler romances policiais e treinar várias coreografias de dança durante as tardes. De vez em quando também me aventuro no desenho, bordado, pintura ou canto só pra me divertir mesmo, nada profissional. Por falar em profissional, ainda não possuo um emprego, mas todos os meus desejos de 2022 dependem desse grande passo, que por consequência depende também de finalizar uma boa base nesse primeiro semestre no qual me encontro, conquistando cada vez mais experiência, pouco a pouco. Não posso negar que estou extremamente ansiosa para alcançar logo essas etapas, mas sempre me vigio pra tentar aproveitar também o processo até o fim. É uma tarefa difícil, mas não é impossível afinal. Parando pra pensar de onde vim e onde cheguei até agora, tudo ainda é muito novo. Começando lá no início de 2018, quando ainda tínhamos apenas 14 anos e achávamos que faríamos faculdade de Letras Inglês-Português, as nossas duas antigas matérias favoritas. Em poucos meses daquele ano, nossos pensamentos mudaram bastante. Descobrimos também a paixão pela história, filosofia, sociologia e pelas ciências criminais. Por inspirações familiares, logo encontramos o direito, o definindo-o como nosso objetivo maior. Passamos pelo divertido, mas também muito conturbado ensino médio (vivendo o “terceirão” inclusive em meio a uma quarentena mundial). Sentimos as dores do crescimento que nunca acabam de fato, fizemos o temido Enem, e graças ao nosso esforço, especialmente e fundamentalmente, estamos aqui agora. Essa carta foi programada pra que você a receba no dia 23 de maio de 2025, exatamente 1 mês antes do seu aniversário de 22 anos. Eu não sei como foi o seu dia, qual é a sua rotina, se você está mesmo lendo esta carta, se ainda mora com nossos pais, se ainda gosta dos mesmos hobbies, se está apaixonada, ou quais são os seus sonhos. Na verdade, imagino que você já esteja terminando o 8° período e começando um TCC talvez (? seja criativa!), e nem preciso dizer que imaginar cenários e possibilidades me fazem arder em curiosidade e que eu poderia escrever 10 páginas apenas fantasiando sobre meu destino futuro porque você já me conhece. “Eu sou você, você sou eu.” A Vitória de 18 anos, apesar de se encontrar completamente apaixonada pelo curso de direito ainda não tem tantas certezas sobre o que exatamente fazer nesse futuro que você já vive, mas que ainda parece tão distante de mim. Nem mesmo sei se você, a apenas 1 ano de finalizar a faculdade tem certeza de algo. Seja qual for o caso, o lema que uso de mim para mim mesma agora é o famoso “viver um dia de cada vez”. Mate seus leões Vitória, mas mate um deles de cada vez. Uma das poucas certezas que eu tenho é a de que você consegue sim, seja qual for o tamanho do leão, então lembre-se disso! No começo dessa carta, eu estava hesitante em relação a qual data escolher para que você recebesse essa mensagem porque a expressão “8° período” já parece incerta por si só, mas acredito que isso não mais importe verdadeiramente. O que realmente importa pra mim agora, é que a Vitória do futuro também seja feliz como sou hoje. Que a nossa paixão pela vida nunca pare de crescer e de se renovar. Nesses mesmos 8 períodos, eu tenho certeza que você já viveu as mais diferentes situações que eu ainda não vivi. O que quer que você já tenha passado até aqui, acho é importante saber que ainda há muito mais. Coisas boas, coisas ruins, coisas surpreendentes. Só a nossa vida acontecendo como ela é e como escolhemos que ela seja. Meu pedido final é pra que você não tenha medo. Imaginar possíveis cenários futuros é legal, mas mais extraordinário ainda é poder construí-los com as suas próprias mãos. O seu coração sempre vai deter a última palavra, você é a principal personagem da sua história. Cada riso, lágrima, suspiro, pensamento, pessoa que já passou pela sua vida até aqui foram palavras que escreveram capítulos dessa nossa história e saiba que um novo capítulo está sendo escrito agora, nesse momento exato. Sendo assim, sinta-se viva e aproveite cada página da sua vida.   Com amor, Vitória de 18 anos.