A letter from July 21st, 2020

Dear FutureMe, Hoje, dia 21 de julho de 2020 amanheci com a confirmação de que havia sido aprovada na primeira seleção de emprego que participei após começar a buscar por empregos, numa trading chamada Brasmundi. Em meio à pandemia do Covid-19 ( 80mil mortos somente no Brasil até agora) que me havia feito ser demitida da antiga empresa que trabalhava, recebi essa oportunidade da vida de recomeçar profissionalmente em um ambiente totalmente novo e com bastante oportunidades de crescimento e de ampliar meu networking. Eu acreditava que demoraria mais para acontecer e havia criado sim minhas expectativas e ilusões a respeito de como seria esse meu recomeço. Uma coisa é certa, será um recomeço difícil e me assusta. Olho pra trás, vejo tudo que enfrentei para chegar até aqui e agora percebo que as dificuldades complexas ainda não cessarão. Um ano extremamente trabalhoso, diferente, novo e desafiador este que vivenciamos em 2020. Cada mês vivemos uma nova mudança e esta impermanência se faz bastante notável com o acompanhar do decorrer dos fatos. Hoje com 27 anos, me sinto diferentemente amadurecida. Construo um relacionamento consolidado e carinhoso com minha filha Maya, atualmente com 05 anos. Cada fase possui uma magia, prazeres e desafios diferentes e, ao mesmo tempo faz tudo parecer valer a pena e com mais sentido, com mais leveza e felicidade. Meu relacionamento com o pai dela não está dos melhores e na verdade nunca foi. Penso e repenso em até que ponto continuaremos pondo nosso ego a frente do amor que vivemos e que resultou em um maravilhoso ser. Mas ao mesmo tempo me irrita e cansa ter que assumir a maior das responsabilidades em tudo, vamos aguardando. Recentemente assumi ao Gabriel que o amo e confesso que compartilhar com ele da minha quarentena tem sido uma experiencia fascinante, divertida, prazerosa e igual de trabalhosa. Não sei até que ponto mergulhar nele, mas enquanto não o compreendo, continuo nadando por suas deliciosas e orgasmáticas águas profundas e rasas. Sim, o amo e quando penso nele sinto cosquinha no coração. Tenho achado uma delícia sentir tudo isso novamente. Sinto que vivo recomeços o tempo inteiro, minha fênix nunca foi tão presentemente simbólica no meu presente. Aqui estou, sentada nos lençóis azuis sozinha na casa do Gabi. Cheirinho de conforto, limpeza e safadeza, adoro rs No final da tarde de hoje recebi a notícia que o meu avô, pai da minha mãe havia falecido. Se eu o vi mais de cinco vezes em toda a minha vida de 27 anos, foi bastante. Ele não era um avô presente, muito menos um bom pai para minha mãe. Porém a vida vai continuando nesse desenrolar. Se compondo de toma lá, dá cá. Dá e toma, e sem olhar para trás segue em frente. Mais um final, para mais um recomeço. O que faz nós mortais pensarmos que não o somos? Vivemos o agora aguardando o amanhã e, quando o amanha chega temos medo que ele vá embora, e nos deixe para trás. O que é na verdade, morrer? Deixar de existir é deixar de viver? Milhões de pensamentos bagunçando com minha mente, minha crença e minhas próprias desilusões, reconstruções corriqueiras em minha rotina. Continuo a caminhar, abraçando o mistério e ensaiando o meu pensar. É realmente preciso se perder para se encontrar. A meta é não se perder de novo, depois de se encontrar. Força Maria, me conta como estão as coisas agora? Coração, Alegrias, Tristezas e Aprendizados, Nomes, Lugares e Sensações. E com detalhes. Amor Smp.