Time Travelled — almost 5 years

A letter from May 14th, 2020

May 14, 2020 May 14, 2025

Peaceful right?

Dear FutureMe, é normal ouvirmos e sermos perguntados o que falariamos para uma versão mais nova de nós mesmos. Normal nos pegarmos pensando em uma realidade aonde máquinas do tempo pudessem nos levar de volta o que faríamos. Mas e o futuro? o que falariamos para uma versão nossa do futuro? O que eu faria questão de te lembrar? Acho que essa vai ser a carta com mais tempo que me mandarei para o futuro e a esse ponto espero não ter perdido esse habito de vir aqui te falar como era a sua vida. Acredito que dentre os pros e contras desse meu vicio de comunicação com uma eu do futuro eu consiga me consolar e me dar gatilhos em uma mesma carta. Consigo te falar que já foi pior. Mas com isso te lembrarei o que acontecia de tão ruim. Complicado não? Acho que por isso o nosso vicio estrutural com o passado. Sabemos o que encontrariamos lá e temos a falsa esperança de que saberíamos concertar o que achamos que foi o culpado por algo que deu de errado na nossa caminhada. Se eu pudesse corrigir os erros, pela raiz mesmo, impediria aquele encontro. Estava chovendo e Edirlene deveria ter ficado em casa. Seriam apenas mais um rosto e nome conhecidos em congressos e intercâmbios intermináveis. E daí pra frente o descohecido me encanta. Com ela teria se casado? Ainda teria um menino e uma menina? Mesmos nomes? Teria conhecido tudo o que ele a deu oportunidade de conhecer ou conheceria mais? Ou seria ignorante em termos que domina hoje em dia? No que diz respeito a mim eu não voltaria no shopping, não conversaria comigo dentro daquele ano. Estava tudo bem. Mas e se eu voltasse e me fizesse ficar bem, aonde eu teria ido? Se eu tivesse me acostumado a ideia de ficar por perto teria ido para alguma escola da Serra. Quem seria meu grupo de amigos? Quais tretas me meteria? Me meteria em tretas? Entraria no idiomas? Iria para a Inglaterra? A vida querendo ou não é um eterno efeito dominó e eu não sei se estaria disposta a mudar uma das peças de lugar antes de ver qual a imagem final disso tudo. Você ja sabe Alice? Cinco anos. Lembra quem você era ao escrever isso? Sentada no quarto de Licia na Rua Salgado n7, olhando para a parede de paginas de livro enquanto reflete no tanto de palavra enfim falada mas nunca lida naquelas paginas. É o que vai acontecer com essas? Até por que toda a ideia é a de que eu continuaria com o mesmo endereço de email. Continuo? Cinco anos. Já tem sete que se formou no ensino médio. Seis que foi para a Inglaterra. 25 anos que esta no mundo. Aumentou o número de casas? Me faz um favor agora, olha para mim. A Alice de 2020, desamparada por não ter nada e me fala que fica tudo bem. Me fala que a gente continua por que queremos. Achamos e temos motivos o suficientes para continuarmos por aqui por enquanto. Temos motivos. Eu preciso dessa esperança de que nesse intervalo de cinco anos nossa vida entrou nos eixos, temos um proposito e um motivo para acordar e viver. Preciso e estou acreditando nisso. Não tenho como voltar no passado e mudar nada. Creio que vocÊ também não mesmo que sei que pensou nisso inumeras vezes nesse tempo. Ao escrever isso pensei em varias perguntas que eu poderia fazer, queria fazer. Mas eu realmente não tenho nem ideia do que eu quero ou poderia estar fazendo em cinco anos, mas Alice, minha doce Ally...a gente tá bem?

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