Dear FutureMe,
oi, você me conhece?
vou me descrever pra você:
vim de 2010. uso pulseirinha da jamaica, camiseta de banda e toca. falo gírias e não respeito ninguém. sou viciado em internet e isso faz com que eu perca o foco em qualquer outra coisa que eu gosto, como tocar, compor, ver filmes, escrever e ler textos, etc
o filme mais genial que já vi chama-se Fight Club e a banda mais genial que já ouvi é o Radiohead. assim como o estilo musical mais recente que eu curto é o 'trip-hop'. acho que o mundo parou nos anos 90 e que tudo que eu salvo que foi feito depois disso, foi apenas o que restou. sabe, tentar salvar as coisas boas. sei que ninguém tem a pretensão de trazer uma década tão boa de volta, mas muita gente (mesmo que minoria) tentam sentir aquilo na pele de novo.
acredito que até a sua época, eu não tenha sentido nada mais tão pulsante quanto a paixão por uma mulher. eu amo, amo mesmo. mas nada tão agitado assim. aqui no meu coração é tudo calmo. quase intacto. além de tudo acredito que falar sobre o amor é mentir sobre ele. amor não se fala, não se pensa. aaah se as pessoas pela qual sentimos isso "pensassem" da mesma maneira!! o quanto o ideal daria certo!
me recuso a usar letras maiúsculas e tenho um blog que quase nunca posto. como já deve ter reparado, na minha época as redes sociais já dominaram a rotina das pessoas. me sinto farto de todos ao meu redor e acredito que nunca mais eu vá encontrar gente diferente no mundo. pelo motivo da inclusão digital e globalização terem unificado tudo e transformado todos em mercadorias da aparência.
sou revoltado e não faço nada pra mudar. nada fora do meu alcance, sabe. faço minhas próprias revoluções no meu convívio. luto pelo que eu acho certo a todo momento: o meu bem-estar. o meu bem-estar varia entre fazer o que eu acredito ser bom para um coletivo e fazer o que eu acredito ser bom pra mim, ignorando tudo e aceitando que sou miserável e que o egocentrismo existe.
juro que tento ser bissexual, mas ainda nada. gosto de assistir filmes porque assim distraio a minha vida chata.
tou enrolando pra começar a fazer academia, continuo magrelo. parei de trabalhar pra me dedicar a montar um estúdio em casa, mas nada tem dado certo. me desanima o fato de ter uma banda pelos seguintes motivos: 1- não sei tocar; 2- não sou nada criativo; 3- tenho dificuldade pra lidar com pessoas; 4- não quero ser uma pessoa sociável (com o possível público); 5- o som que eu tenho vontade de fazer de começo, os 'meus membros' não querem; 6- tenho quase que por instinto, vontade de tomar partido, liderar as coisas. e não sabendo tocar nada, escrever nem bosta nenhuma, seria (mais) hipocrisia. 7- assim como eu, os 'meus membros' não são dedicados. 8, 9, 10 ao 1000- não tenho NENHUM foco.
ando tendo ainda mais dificuldade de relacionamento com as pessoas por acredito que não devo satisfações nenhuma de nada a ninguém. acredito nos meus ideais quase que como numa religião. faz quase 2 anos que não como nenhum tipo de carne com excessão de peixe, mas sei que isso não vai durar.
detesto o capitalismo, as autoridades, a modernidade, a polícia, o respeito, a educação, a moral, a ética, o altruísmo, a linguagem, o planejamento, as divindades, as religões, a grandiosidade, a beleza, usar roupas e viver limitado num mundo aonde tudo só finge ser mais fácil. acima de tudo: detesto o ser humano.
espero que grande parte disso não tenha sido corrompido. espero que esse recado chegue ao e-mail correto e que você ainda esteja usando o mesmo e-mail.
espero que já tenha se matado.
se isso te é importante, meu nome é guillermo martiness e isso é de 05h21 - 28 de novembro de 2010.
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