A letter from Dec 27, 2024

Dear FutureMe, segunda vez que me pego escrevendo isso pra gente. felizmente, meu cérebro fez questão de esquecer quando e pra quando foi a primeira. só sei que vai chegar pra gente em breve. agora to no trabalho (novo, naquele mês de dezembro mais parado que o normal) com a mente a mil naquele clima de fim de ano que a gente odeia. o castelo da vez, depois dos familiares, óbvio, é de amizades. será que pode citar nomes aqui? penso porque talvez eles não façam tanto sentido daqui a alguns meses, mas também talvez ao falar sobre isso você relembre exatamente sobre quem estávamos pensando e, consequentemente, sofrendo por conta disso. mas, no geral, 2024 foi um ano de reencontros importantes na nossa vida - como todo ano bissexto é - mas que também trouxe essas reflexões mais intensas sobre quem vale a pena manter ou não ao nosso redor. e isso sob unicamente a nossa escolha - e não influenciada por x ou y, como costumava acontecer nos anos passados. a gente tem dificuldade em selecionar. ou pelo menos foi isso que disseram pra gente e deixaram a gente acreditar. acho tão injusto como as palavras das pessoas ecoam na nossa cabeça e claramente influenciam nas coisas. sou muito orgulhosa do que fizemos em relação a certos afastamentos. coisa de se colocar como prioridade mesmo e dizer que não merece passar por certas coisas. porque não merece. a última coisa que a gente precisa, como pessoa ligada a amizade, é sofrer nesse aspecto da vida. óbvio, o desconforto é inerente, mas tudo tem limite quando essa é a nossa zona de maior conforto. desse ano a gente tira o que dá pra aturar ou não em uma relação. e isso parece ficar cada vez mais claro, se refletindo até em outras pessoas (lembra aquela dr no shopping?! totalmente maduro). de qualquer forma, pensei em mandar isso aqui (ainda não decidi pra quando) mais como forma de desabafo, e pra te lembrar dessa aflição sobre o outro que vez ou outra te atinge de forma agoniante e apressada. quando não tiver com quem falar, fale comigo. essa pressão toda vai passar e, se as coisas fluírem como fluíram pra gente esse ano, esse tipo de situação vai ficar cada vez mais rara e menos incômoda. conta comigo.