A letter from Aug 26, 2024

Essa é uma carta escrita em 03/07/2024, porém só enviada hoje. Começando a nota hoje no começo do dia porque eu PRECISO deixar o sonho bizarro que eu tive essa noite antes que eu esqueça mais ainda dos detalhes. Pra começar eu não era eu, no sonho eu estava no corpo do Benson Boone, mas a maioria das pessoas que participavam e estavam no meu ciclo social no sonho eram conhecidos. Eu não lembro ao certo como começou, mas eu estava em um cenário diferente, não consigo lembrar se era muita areia ou muita neve, mas comigo estava minha irmã Bia, mais nova do que é hoje, e alguns familiares, em algum momento dois lobos apareceram e começaram a brigar com um animal menor, não sei dizer ao certo se era o Beirute ou uma raposa branca. Por algum motivo a Bia foi envolvida nessa briga e acabou sendo morta pelos animais. Senti um luto profundo, muito muito profundo e metade do sonho foi um sofrimento eterno onde eu vagueava pelos cantos, vago, deprimido até que conheci duas meninas que me chamaram pra sair, beber e tudo mais. Em uma dessas saídas nós encontramos uma substancia sendo vendida por uma vendedora ambulante, era extremamente toxica, mas um das meninas tomou pra mostrar pra gente os efeitos e imediatamente ela começou a cantar com uma voz extremamente bonita e potente, tentei fazer o mesmo, mas por algum motivo a substancia n funcionou em mim e eu passei a maior vergonha do mundo quando tentei cantar. Lembro de estar voltando pra casa bêbado, cambaleando para casa. A casa estava com a porta trancada, mas notei a janela da frente aberta, enquanto tentava me esgueira pela fresta minha mãe, no sonho, uma mulher loira, com seus 50 e poucos anos e bonita, me repreendeu e tentou me manter fora de casa. Disse que eu não estava correto, e me deu uma lição de moral pelo meu comportamento desde a morte da Bia, enquanto ela falava senti uma profunda tristeza que em segundos se transformou em raiva, um ódio gigantesco que eu simplesmente não consegui segurar. Era a minha irmã, e agora ela estava morta. Como alguém poderia não entender a minha dor? No mesmo instante eu peguei uma taça de vidro que estava na mesa próxima a mim e cravei no pescoço dela. Foi estranho. Era uma taça comum, não estava quebrada e mesmo assim entrou perfeitamente sem ao menos espirrar sangue, um circulo perfeito. Removi a taça da garganta e cravei no rosto, teve o mesmo efeito. Eu lembro de sentir euforia, muita adrenalina, estiquei a mão e peguei uma faca próxima e repetidamente esfaqueei o peito dela. Dei alguns passos para trás, ela se mantinha em pé, com a taça ainda crava no rosto, mas não havia sangue. O rosto dela começou a se contorcer em uma espiral que puxava tudo para o centro. Ela se manteve imóvel. Naquele momento eu senti meu corpo mudar, assumir varias formas ao mesmo tempo, expandia e retraia, até que eu me vi transformado em um esqueleto com ossos grossos e amarelados e minha pele havia se transformado em vidro, completamente transparente e, no sonho, eu tive a consciência de que aquele assassinato havia me metamorfoseado em algo maior, mas não sei no que.