A letter from Aug 16, 2024

Dear FutureMe, estou escrevendo esta carta faltando apenas um dia para eu deixar de viver sem óculos e começar a ver o mundo do jeito que sempre foi e que realmente é. Desde que iniciei o ensino médio eu estive travando uma batalha pessoal comigo mesma, seja sobre meus antigos e péssimos hábitos de estudo, até para meus vícios mais íntimos e devaneios excessivos. Durante essa longa jornada vejo que mudar não é fácil pois não pode ser imposta a si; mas deve ser plantada naturalmente no seu ser, e, apesar desses 3 anos de autoconhecimento, ainda me vejo confusa e apegada aos meus antigos hábitos. Um exemplo é que eu deveria ter escrito essa carta há dois dias atrás, mas por ter passado meu tempo vago ouvindo música e me imaginando em vários cenários (menos os que realmente remetem a quem sou) eu deixei de lado essa ideia de escrever um lindo texto para meu eu futuro com +365 dias de idade. Não acredito que eu tenha mudado tanto, pois vivi esses 365 dias × 3 tentando ter um bom espírito e mesmo assim gritei com minha irmã ontem e briguei com minha mãe hoje. Neste dia completo 23 dias diretos sem ler fanfics, e durante 19 dias fiquei sem devanear o dia todo ouvindo música. Mas nesses últimos 4 dias, acabei cedendo a "tentação" e estourei meus ouvidos com uma música super alta. Por isso sei que a mudança vem em passos super lentos, mas também sei que quem sou hoje pensa de uma forma completamente diferente (ou nem tanto) da Maria Paula do nono ano. Logo, tenho algumas perguntinhas para você: 1°: Você se lembrava que tinha escrito essa carta? 2°: Você a leu no mesmo dia que a recebeu? 3°: Você teve uma semana agradável? 4°: Você se sente mais alegre agora que terminou a escola? 5°: Você conseguiu entrar em uma faculdade? 6°: Está trabalhando? 7°: A situação financeira de sua família melhorou? 8°: Você realmente se tornou mais sociável assim que acabou a escola? 9°: Você desistiu do Duolingo? 10°: Se apaixonou por alguém? 11°: O que você está planejando fazer assim que terminar de ler a carta? 12°: Você terminou de ler seus livros de auto ajuda? 13°: Você consegue dar bom dia para as pessoas mais facilmente? 14°: Sua relação com sua família melhorou? 15°: Você ainda conversa com a Juliana? 16°: Você e a Laura ainda continuam amigas próximas? 17°: Você se desvencilhou de suas amigas da escola? 18°: Como vão os estudos e a leitura de livros? 19°: Qual é o seu livro favorito agora? 20°: Continua a perseguir o caminho para a paz e o amor sincero? Foram mais perguntas do que imaginei que iria escrever. Logo antes de começar essa carta, eu enviei uma mensagem para minha melhor amiga Laura, pedindo que ela escrevesse também, ela escreveu? Você terminou o livro de poemas de Haemin Sunim? Ou desistiu, como no livro Terapia Zen? (Inclusive, você terminou de ler esse livro Terapia Zen no futuro?). Irei agora realizar um pequeno desabafo. Eu me sinto sozinha algumas vezes quando penso nas minhas amizades, sinto que todos ao meu redor são muito infantis. Mesmo a Laura (não porque ela fala besteiras igual os amigos dela, ela nem sequer faz isso), mas porque todos nós estamos começando a se tornar adultos e não sinto neles o que eu sinto em mim: inúmeras dúvidas sobre minha vocação, minha faculdade, minha nota do Enem. Sinto que sou a única que realmente leva a vida a sério quando se trata desse assunto, fico maluca internamente quando vejo que a minha amiga Juliana tem zero preocupações sobre estudar pro Enem ou pra qualquer coisa na vida, ou quando o Miguel (amigo da Juliana) diz que não lê, e que pra ele, pessoas que lêem livros na praia são malucas... Estou tentando superar meu ego porque todo esse incômodo; acredito que venha dele. Eu infernizo a vida de minha amiga Laura com meus problemas em casa e preocupações para o futuro, e até empurro ela para esse meio, eu só consigo pensar nisso infelizmente... A maioria das nossas conversas acontecem porque eu que puxo assunto e são sempre sobre alguma coisa ruim que aconteceu na minha vida e assuntos sobre faculdades. Não consigo resistir, pois não tenho amigos que pensam nisso e a Laura é a única disposta a me ouvir, mesmo não tento preocupações tão fortes sobre tal assunto (isso é o que penso, claro). Quero me tornar uma pessoa interessante e tranquila, percebo nesses últimos meses que uma pessoa super ocupada que não sai com os amigos não cria um sentimento de admiração por parte deles, mas na verdade te faz parecer velha e arrogante; quero me tornar alguém que se preocupa com as pessoas ao seu redor sinceramente e que não tem medo de dizer bom dia e olhar nos olhos de um novo conhecido. Isso pode não mudar em 1 ano, mas preciso jogar tudo isso fora, assim como faço com a Laura, só que dessa vez é comigo mesma. Assim termino minha carta para minha futura eu, espero que você esteja em um bom estado de espírito para responder esta mensagem. Nunca desistir de alcançar a paz dos vícios, confortos e ego. Tenha um bom dia, uma boa tarde ou uma boa noite. Caso queira me desejar algo, deseje-me boa noite 😊💌 (A propósito, você continuou "orando" todos os dias pelas pessoas?)