A letter from September 21st, 2020

Time Travelling — almost 5 years

Peaceful right?

Hoje é dia 21 de setembro de 2020 e eu estou desmoronando novamente. Não sei por quanto tempo conseguirei suportar, a angústia e a solidão estão ficando cada vez mais marcadas. Não sei ao certo mas talvez seja o fim. É três da manhã e eu estou com insônia, deitada em minha cama, o quarto em completa escuridão e olhando para o teto pensando se vale a pena continuar aqui. Talvez eu devesse pegar a bolsa de remédios no guarda roupas e me entupir de comprimidos e ter uma overdose. Confesso que por mais que eu tenha vontade de acabar com tudo eu ainda tenho medo, medo de continuar sofrendo seja lá onde eu estiver. Uma vez que me disseram que a morte não é o fim. Chorando em silêncio todas as noites eu me questiono do porque eu não vou ao quarto dos meus pais e peço ajuda, mas eles não entendem. Eu queria ter alguém com quem eu pudesse contar, alguém que me compreendesse. Talvez se eu tivesse tido ajuda antes eu ainda estivesse aqui, ou eu ainda estou? Eu me pergunto se um dia vou ser feliz, se um dia vou amar e ser amada. Eu não sei porque eu estou escrevendo isso, já que talvez eu nem esteja mais viva ao amanhecer mas eu tenho esperanças de que se eu não fizer , talvez as coisas sejam diferentes. Todas as noites eu faço uma promessa de que no dia seguinte eu ainda vou respirar o ar gélido do início da manhã. Eu devo prometer novamente? Talvez. Mas, dessa vez eu não tenho certeza se vou conseguir cumpri-la. Bom, eu do futuro, se você estiver lendo isso eu devo dizer que sinto orgulho de você, por ser uma mulher tão forte por tanto tempo. Você suportou dores terríveis ao longo da vida e eu espero que você esteja sendo feliz onde você estiver! E eu tenho algumas perguntas, como você está hoje? Conseguiu entrar em uma boa faculdade? Conheceu alguém que te faça sentir a sensação de borboletas no estômago e as pernas tremerem? Eu sei, parece clichê mais nós gostamos de clichês. Me diga, a Belora está aí com você? Ela continua sendo uma gata travessa e mal humorada? Sabe, eu acho q eu sentirei falta principalmente dela se eu não respirar mais no dia seguinte. Lembro do dia que ela veio pra casa, ela era tão pequena, semelhante a uma batata. Mais eu a amei, eu a amo. Sabe, por mais que eu me sinta frustrada com minha família eu sei que eles me amam e, eu queria ser mais compreensiva as vezes, entendesse que tudo que eles fazem é para o meu bem, mais tudo isso me machuca. Ok, essa carta tá ficando meio confusa e um pouco aleatória mas nós somos assim. Eu do futuro, tenho alguns planos para você mesmo que eu tenha planos para essa madrugada, por favor, se cuide , viva como se nada mais importasse , faça tudo oque eu não fiz pois infelizmente minha depressão não me permitiu aproveitar momentos que deveriam ser os mais importantes. Se você estiver pensando eu ter filhos, um casal, coloque o nome deles de Eva( ou Brisa) e Sebastian. É meu último pedido. Acho que é isso, não sei se consigo escrever mais alguma coisa, sinto uma onda de ansiedade percorrendo meu corpo e provavelmente eu não passe de hoje. Enfim... Essa pode ser a primeira carta, como também pode ser a última! E se você estiver bem, continue escrevendo. Com amor, eu de cinco anos atrás... Obs: se possível leia isso ouvindo alguma coisa bem triste.

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